Archive for the ‘General’ Category

Semana de Apoio à Rojava 25/10 à 1/11

Wednesday, October 26th, 2016

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Em apoio a revolução de Rojava, os seguintes coletivos, organizações e movimentos estão organizando uma semana de apoio a Rojava, que contará com atividades próprias e um ato político-cultural.

Atividades programadas:

A guerra na Síria e a Revolução Curda (26/10)
www.facebook.com/events/322509568129456/

Aula pública-debate: Assembleia Popular e a Revolução de Rojava (27/10)

Rojava- Revolução das Mulheres. (28/10)
www.facebook.com/events/1845929482303384/

Os reflexos da questão curda nos movimentos populares do Brasil (31/10)
www.facebook.com/events/1258585820880294/

Ato/evento internacional de apoio a Rojava 1º de novembro www.facebook.com/events/1605107886181324/

Chamamos todas/os as organizações a assinarem essa convocatória.


Em ordem alfabética:

Assembleia Popular no Largo do Machado
Comitê de Solidariedade à Resistência Popular Curda (CSRPC)
Comitê Libertário de Apoio a Rojava (CLAR)
Comitê Sindicalismo Revolucionário (CSR)
Federação Anarquista do Rio de Janeiro (FARJ)
Federalismo Autogestão e Liberdade (FAL)
Movimento de Organização de Base – RJ (MOB-RJ)
Organização Anarquista Terra e Liberdade (OATL)
Rede de Informações Anarquistas (RIA)
Rede Estudantil Classista e Combativa (RECC)
União Popular Anarquista (UNIPA)

Mais de 2000 civis curdos da zona rural de al-Bab fugiram para, Afrin

Tuesday, October 4th, 2016

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Mais de 2000 civis curdos da zona rural de al-Bab fugiram para, Afrin, região protegida pelo YPG, após bombardeio pelo FSA e pelo exército turco – relatos.

Fonte: Kurdish Question

Tradução: CLAR

FARC-EP ENVIA MENSAGEM DE SOLIDARIEDADE PARA PKK E CURDOS

Tuesday, October 4th, 2016

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As Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia-Exército Popular (FARC-EP) enviou uma mensagem de solidariedade ao Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), em sua 10ª Conferência. A mensagem de solidariedade foi publicada no site do grupo.

Na mensagem do grupo armado, que chegou recentemente a um acordo de paz com o governo colombiano após 52 anos de conflito, dizia: “Reafirmamos nossa solidariedade internacionalista com a luta pela soberania do povo curdo, Confederalismo Democrática e construção de uma sociedade livre e justa, livre de opressão ou discriminação com base na classe, raça, gênero ou etnia”.

O grupo também pediu a liberdade de líder do PKK preso, Abdullah Öcalan.

A 10ª Conferência da FARC-EP foi após a cessação do conflito de longa duração na semana passada. FARC-EP disse que 220 delegados participaram da conferência e eles apoiaram por unanimidade o acordo final por um fim no conflito para construir uma paz estável e duradoura, que deve levar à democratização do país.

“Os guerrilheiros e comandantes expressaram a nossa vontade de tornar-se um partido político legal, a fim de continuar lutando pelos objetivos que nós descrevemos no nosso plano estratégico”, disse a FARC-EP.

As relações entre partidos políticos curdos e FARC-EP tem se desenvolvido mais recentemente, após o sucesso da Revolução de Rojava. Organizações curdas também tem tido interesse no processo de paz entre a FARC e o governo colombiano.

Fonte: kurdishquestion.com

Tradução: CLAR

HOMEM-BOMBA DO ESTADO ISLÂMICO ATACA CASAMENTO EM HASAKAH, ROJAVA, 25 CIVIS MORTOS

Tuesday, October 4th, 2016

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Um homem-bomba do Estado Islâmico (ISIS) atacou um casamento curdo no bairro de Salah de Hasakah, na Federação de Rojava e Norte da Síria, matando pelo menos 25 civis, incluindo mulheres e crianças.

O co-presidente do Conselho de Saúde do Cantão Jazira, Ebir Hesaf, confirmou que 25 pessoas morreram e 80 ficaram feridas.

Um comunicado da agência de notícias oficial do Estado Islâmico, Amaq, disse; “Um soldado de comando do Estado Islâmico ataca uma reunião de militantes do PKK com uma arma automática e um colete com explosivos nos arredores da cidade de Hasakah.”

O repórter local Massoud Mohammed disse que a explosão teve como alvo a família Fatime. “O ataque foi contra a família Fatime, que são conhecidos por seu fundo revolucionário e participação ativa na revolução de Rojava. Eles tem muitos mártires no YPG e estão envolvidos na Asayish (segurança) e em atividades civis”, Massoud disse ao KQ.com.

Outros relatos sugerem que tanto a noiva quanto o noivo teriam morrido na explosão, assim como muitos outros membros da família Fatemi.

Um apelo para doações de sangue foi feita por hospitais locais.

O prefeito de Hasakah, Zalaan Ali, disse que as forças de Asayish (segurança) começaram uma investigação sobre o ataque.

Hasakah está em grande parte sob o controle da administração autônoma de Rojava, com algumas áreas controladas pelo regime sírio. Curdos, árabes e cristãos povoam a cidade.

Um atentado suicida à bomba anterior a um casamento curdo em Gaziantep, na região curda da Turquia, matou 57 pessoas e feriu 66 em 20 de Agosto de 2016. Embora as autoridades turcas tenham responsabilizado o Estado Islâmico (ISIS) pelo ataque, nenhum grupo reivindicou a responsabilidade.

Fonte: ANHA, kurdishquestion.com, T24

Tradução: CLAR

Atualização: Noiva e noivo confirmadamente mortos.

Fonte: Kurdish Question.

CURDOS SÍRIOS EXIGEM RECONHECIMENTO DO PROTEJO FEDERALISTA DE ROJAVA COMO CONDIÇÃO PARA LUTAR POR RAQQA

Tuesday, October 4th, 2016

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Curdos sírios estão prontos para participar da batalha iminente pela Cidade de Raqqa sob a condição de que a coalizão liderada pelos Estados Unidos reconheça o seu projeto federalista em Rojava e arme sem intermediários as Unidades de Proteção dos Povos (YPG), disseram autoridades.

A coalizão liderada pelos Estados Unidos está planejando uma nova ofensiva destinada a libertar Raqqa – a capital de fato do Estado Islâmico (ISIS) na Síria. Este plano é dificultado por uma quebra nas relações entre as Forças Democráticas da Síria (SDF) de liderança curda e os EUA. A causa imediata é o apoio de Washington à intervenção da Turquia.

Hanifa Hussein, um oficial sênior curdo e membro do Movimento da Sociedade Democrática (TEV-DEM), disse que os curdos estão prontos para tomar parte na operação anti-ISIS proposta.

“Mas primeiro precisamos ter certeza de que o nosso projeto federalista será aceito por Washington e membros da coalizão, que as forças YPG receberão armas diretamente e que os curdos serão oficialmente convidados às conversações de paz em Genebra”, Hanifa disse a repórteres na quarta-feira.

Jordan Matson, um voluntário americano da curda YPG, disse ao ARA News que ao dobrar-se às exigências de Erdogan, a administração de Obama tinha efetivamente parado a guerra contra o ISIS. Jordan argumentou que uma trégua era iminente, uma vez que a liderança curda do SDF não iria comprometer-se a uma operação em Raqqa sem cortar as linhas de abastecimento do ISIS entre a Síria e a Turquia.

Pela sua inação, você salvou Raqqa possivelmente pelos próximos anos como ninguém mais faria“, disse ele.

A fim de ganhar apoio curdo, o governo dos EUA está agora pensando em armar diretamente a liderança curda do SDF, mesmo com forte oposição da Turquia. A Turquia está fazendo lobby para minar o apoio aos curdos no exterior e o presidente Erdogan disse na quinta-feira que ele tem reservas sobre os planos norte-americanos.

De acordo com Hanifa do TEV-DEM, a coalizão liderada pelos Estados Unidos “apoiou tribos árabes em Deir ez-Zor com braços ‘que valem milhões de dólares’, e, no final, tudo acabou nas mãos do ISIS,” em uma aparente referência ao Novo Exército Sírio (NSA) apoiado pelo Pentágono. O NSA perdeu a batalha por Al-Bukamal no final de junho deste ano.

“A YPG é a única força que libertou grandes áreas sírias do ISIS e sacrificou mais de 4000 de seus combatentes nesta luta”, disse Hussein.

Reportagem de: Wladimir van Wilgenburg

Fonte: ARA Notícias

Tradução: CLAR

Exército turco massacra nove mulheres e crianças nas fronteiras do norte da Síria

Sunday, October 2nd, 2016

ypg-press

DECLARAÇÃO # 20160927
À IMPRENSA E OPINIÃO PÚBLICA

Rojava, Norte da #Syria – O exército turco continua sua agressão implacável contra a Federação de #Rojava e Norte da Síria.

Na noite de 26 de setembro, o exército turco indiscriminadamente atirou em civis locais perto do vilarejo de Kuheyla na região de Gire Spi (Tal Abyad), Rojava, norte da Síria. Como resultado, seis crianças e três mulheres foram mortas. Nossas forças de Unidades de Proteção dos Povos (YPG) intervieram na situação e conseguiram resgatar quatro civis sob fogo pesado das forças turcas. No entanto, o bombardeio constante pelo exército turco na área impediu as nossas unidades de resgatar os corpos dos civis mortos.

No meio-dia de 26 de Setembro, os terroristas do Daesh (ISIS), usando armas pesadas e de médio calibre, realizaram um ataque contra o vilarejo de Qadriye no sudeste de Tishreen Dam, sul de Kobane.

Perto de Efrin, grupos afiliados à Coalizão da Síria, de suas posições na cidade de Azaz, usaram artilharia e armas pesadas para atacar o vilarejo Qamiye, na região de Shera, Efrin, noroeste da Síria.

Escritório de Imprensa das Unidades de Proteção dos Povos – YPG | 27 de setembro de 2016

Tradução: CLAR

“EU SOU UM DEMOCRATA E REVOLUCIONÁRIO”: MENSAGENS IMPORTANTES DE ABDULLAH OCALAN

Sunday, October 2nd, 2016

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Mehmet Öcalan falou à ANF e deu mais detalhes sobre sua recente reunião com o irmão, o líder do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), Abdullah Öcalan.

Mehmet Öcalan se encontrou com o líder do PKK em 11 de setembro de 2016, após um isolamento de 18 meses e a proibição de comunicações impostas pelo governo turco.

Mehmet Öcalan disse que o líder curdo não queria encontrá-lo quando lhe foi finalmente permitido o acesso a Imrali. Segundo o irmão de Öcalan, o líder do PKK demorava normalmente 5 minutos para chegar a reuniões nos últimos 18 anos, mas levou 30-40 minutos desta vez, e só depois que ele foi convencido por administradores da prisão.

Öcalan disse que seu irmão estava furioso com os recentes acontecimentos, acrescentando: “Eu já imaginei que ele não queria sair para a visita Os administradores da prisão foram falar com ele e conseguiram convencê-lo em 30-40 minutos. Ele não teria me encontrado de outra forma. Suas primeiras palavras ao ver me foram: ‘Ok, você veio aqui, mas as minhas palavras vão ser muito pesadas para você levar. Você poderá ferir a si mesmo e a mim. Isto é porque eu vou lhe dizer a verdade. Eu não teria vindo aqui se eu estivesse em seu lugar.’ Quando eu disse a ele que eu tinha ido lá porque o povo assim exigiu, ele disse que sabia e compreendia isso”.

“Eu sou um democrata e um revolucionário.”

Mehmet Öcalan citou o líder curdo ao dizer: “Eu sou um democrata e revolucionário. Não vou me render ao Estado ou qualquer um, mesmo que eu tenha que ficar aqui por mais dezenas de anos. Eu posso continuar vivendo assim até o fim da minha vida sem titubear uma única vez Eu sou claro sobre este assunto. ”

Mehmet Öcalan disse que seu irmão estava muito agitado e falou com raiva por 50 minutos e todos os seus comentários foram sobre o movimento curdo e o Estado, mas não sobre indivíduos. Abdullah Öcalan disse: “Tanto o Estado quanto nosso movimento estão vindo aqui (para me encontrar) quando estão em um impasse. Isto não é aceitável”.

Mehmet Öcalan disse que esta foi a primeira vez que ele tinha visto seu irmão tão irritado e indignado durante as suas reuniões na ilha nos últimos 15 anos.

“Golpes militares sempre possíveis na Turquia.”

Mehmet Öcalan citou o líder curdo ao dizer o seguinte a respeito da tentativa de golpe de 15 de Julho: “Tenho repetidamente advertido sobre a probabilidade de tais golpes enquanto a questão curda continua sem resolução. O caminho para golpes e tais tentativas permanecerá sempre aberto, a menos que a questão curda seja resolvida e uma Turquia democrática seja construída. Tais golpes e tentativas serão encenados por várias pessoas se este vazio não for preenchido. A atual conjuntura na Turquia é sempre conveniente para golpes e eu falei aos oficiais do estado sobre esta realidade muitas vezes. Não faz diferença quem irá encenar esses golpes, e estes podem variar, mas o principal é que o mecanismo de golpe estará sempre em vigor “.

De acordo com seu irmão, as mensagens de Öcalan foram focadas nas instituições e estruturas curdas ao invés de nomes individuais. As observações de Öcalan sobre a destruição das cidades curdas durante a “resistência auto-gerida” pelo povo foi a seguinte:

“Por que vocês não puderam salvar Mehmet Tunç?”

“Abdullah Öcalan descreveu o auto-governo como uma realidade, fez avaliações abrangentes e expressou críticas. Ele está seguindo os acontecimentos no Curdistão, na Turquia e no Oriente Médio melhor do que todos nós. Ele monitora e avalia tanto o processo e a agenda melhor do que nós, apesar dos meios restritos. Ele sabe muito bem quem fez o que. Ele perguntou ‘por que vocês não puderam salvar Mehmet Tunç quando ele disse que eles tinham sido cercados, bloqueados e precisaram correr contra o tempo?”

O líder do PKK também comentou sobre a Revolução de Rojava: “Nós não tínhamos nem armas nem dinheiro quando eu e alguns amigos fomos para Rojava [em 1979]. Nós não tínhamos nenhum outro apoio. Não tinhamos nada, mas conseguimos coisas enormes sob o domínio de Hafez Assad, que era um nome influente no Oriente Médio. Nós introduzimos os curdos para o mundo em Rojava. Como parte da revolução de Rojava, os EUA e o PYD trocaram apoio contra o ISIS até muito recentemente. No entanto, os EUA convidaram o estado turco para Rojava através de Jarablus há algumas semanas. Isso deve ser analisado muito bem. Eu acho que os EUA seguiram tal estratégia para enfraquecer ambos os curdos e os turcos neste momento. Os turcos não teriam sido capazes de entrar em Jarablus se os EUA não quisessem assim. Seu objetivo é fazer com que ambas as partes se confrontem aqui. Nós formamos a base do movimento de hoje em Rojava quando fomos lá sem armas e dinheiro. Conseguimos isso avançando passo a passo. Os ganhos obtidos em Rojava hoje são o resultado do projeto que desenterramos anos atrás. Rojava tem uma força armada de 50 mil combatentes hoje. Se ela não for capaz de salvar-se agora, quando poderá? O que posso fazer neste momento? “

Municípios não integrados com as pessoas.”

Quanto à nomeação nos municípios de administradores do Partido Regiões Democráticas (PAD), Abdullah Öcalan disse: “Os municípios não podem se colocar contra este sistema, a menos que se integrem com as pessoas. Gostaria que nossos administradores eleitos nesses municípios tivessem feito isso, mas receio que eles não conseguiriam lidar com isso. Agora, haverá apenas alguma resistência contra os administradores por um tempo, mas esta continuará sendo insuficiente. Essas pessoas [políticos, prefeitos, executivos curdos] foram participar na administração de muitas estruturas no Curdistão, mas o que eles fizeram até agora? Se os municípios falharam em integrar-se com as pessoas, e se as pessoas não migram para os municípios em seus milhares e dezenas de milhares após a nomeação de administradores para defender a administração legítima, então isso significa que os municípios não fizeram suas funções. Isto é inaceitável. Os municípios são posições que ganhamos com o nosso empenho e agora eles estão sendo tomados, contra o qual todo mundo é surdo e mudo. Eles não podiam realizar seus projetos. Os municípios foram transformados em um sistema de fábrica e os funcionários estão presentes lá apenas para a aposentadoria. Não entreguem seus municípios. Migrem para os municípios em milhares e protejam-os. Não haverá nada a fazer uma vez que vocês os perderem. Seu empenho está sendo tomado e vocês só irão ver-se perdendo-o por causa de sua incapacidade de se tornar um com o povo”.

O estado turco derrubou a mesa de negociação.”

Mehmet Öcalan disse que o líder curdo também compartilhou seus pontos de vista sobre o término do processo de resolução de questão curda. “O estado [turco] encerrou o processo após o acordo alcançado em Dolmabahçe em 28 de Fevereiro de 2015. Não fomos nós, mas o estado, que agora é governado por Erdoğan e seu AKP, que derrubou a mesa de negociação. Durante a nossa última reunião [em abril 2015], a delegação do estado me disse que eles voltariam para a ilha e falariam comigo no prazo de 15 dias após o acordo anunciado em Dolmabahçe. No entanto, eles derrubaram a mesa depois. Eu esperei por eles, mas eles não vieram . Nós não tivemos nenhuma falha durante o processo de resolução e estávamos prontos para fazer o que fosse necessário. Se o estado tinha concordado em manter o processo em andamento, gostaríamos de ter cumprido todas as nossas responsabilidades, uma por uma. ”

De acordo com Mehmet Öcalan, o líder curdo também disse que ele e os outros 3 presos na prisão de Imrali estavam conversando e trocando pontos de vista sobre a resolução e estavam trabalhando em um projeto para este fim no momento. “Se o estado está pronto, ele pode enviar duas pessoas para a ilha e podemos começar as negociações. Estamos prontos para isso. Além disso, qualquer um pode fazer o que quiser. Eu não tenho medo do Estado. Eles podem me executar aqui, mas nunca tomarão posse da minha vontade”, disse Abdullah Öcalan.

Fonte: ANF

Tradução: CLAR

30 DE SETEMBRO: TERRORISTAS DA COALIZÃO SÍRIA ATACAM A SITIADA SHEIKH MAQSOUD EM ALEPPO.

Sunday, October 2nd, 2016

ypg-press

DECLARAÇÃO # 20160930
À IMPRENSA E
OPINIÃO PÚBLICA

Rojava, #Syria (30 de Setembro, 2016) – Os grupos terroristas afiliados à Coalizão Síria continuam seus ataques contra o bairro de Sheikh Maqsoud em #Aleppo.

Em 29 de setembro, a partir da área Masbah Helebe, os terroristas iniciaram um bombardeio indiscriminado na vizinhança. Simultaneamente, os terroristas tentaram um ataque partindo do mesmo distrito. A Unidades de Proteção dos Povos/das Mulheres (YPG/YPJ) repeliram os terroristas e estiveram envolvidos em um confronto de curta duração. Como resultado da luta, um soldado terrorista foi confirmadamente morto.

Na mesma noite, aviões desconhecidos foram vistos atacando um complexo na Avenida 20.

Escritório de Imprensa das Unidades de Proteção dos Povos – YPG | 30 de setembro de 2016

Tradução: CLAR

FORÇAS DA COALIZAÇÃO DA SÍRIA E EXÉRCITO TURCO CONTINUAM SEUS ATAQUES APESAR DO CESSAR-FOGO

Sunday, September 18th, 2016

ypg-press

DECLARAÇÃO # 20160916
À imprensa e à opinião pública

Rojava, Norte da Síria (16 de setembro de 2016) – No meio-dia de 15 de Setembro, um grupo de terroristas do Daesh (ISIS) realizou um ataque de artilharia contra posições das Unidades de Proteção dos Povos/Unidades de Proteção das Mulheres (YPG/YPJ) a 12km ao sudeste da região de Shadadi Jazeera, nordeste da Síria.

O exército turco continua sua agressão implacável contra a Federação de Rojava e Norte da Síria:

Na noite de 15 de Setembro, o exército turco, utilizando uma variedade de armas pesadas, atacou as posições das Unidades de Proteção perto dos vilarejos de Ziyaret e Til Seriye, a oeste de Kobane, Rojava, norte da Síria.

Terroristas afiliados à Coalizão Síria continuam os ataques indiscriminados à zona de Sheikh Maqsoud de Aleppo e à Efrin, apesar de um cessar-fogo prolongado:

Em Aleppo, na noite de 15 de Setembro, forças terroristas tentaram realizar uma ofensiva ao distrito de Sakan Shikayf, gerando um confronto de curto prazo na área, onde as Unidades de Defesa estavam prontas para responder. O número preciso de vítimas entre os inimigos não pode ser imediatamente confirmado, mas um dos seus mortos foi capturado no campo do confronto.

Simultaneamente, os terroristas afiliados à Coalizão Síria dispararam granadas de artilharia de suas posições em Azaz aos vialrejos de Maraez e Villa Qadi, em Efrin, Rojava, noroeste da Síria. Ao mesmo tempo, um drone não tripulado de reconhecimento foi visto voando ao redor das áreas do combate.

Escritório de Imprensa da Unidades de Proteção dos Povos (YPG) | 16 de setembro de 2016

Tradução: CLAR

TURQUIA INVADE A SÍRIA: A ESCALADA DA GUERRA CONTRA OS CURDOS

Wednesday, September 14th, 2016

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09/09/2016, por Trevor Rayne.


Em 24 de agosto de 2016, a Turquia lançou uma invasão à Síria com tanques, várias centenas de soldados turcos e 1.500 combatentes do
Exército Sírio Livre (FSA). A força de invasão entrou na cidade de Jarablus com drones norte-americanos na assistência, colhendo informações para as forças turcas. O ministro da Defesa da Turquia, Fikri Isit, disse que a intenção era degradar o Estado Islâmico (IS) e ‘impedir que o Partido da União Democrática (PYD) de unir os cantões curdos”. O IS havia controlado Jarablus por três anos; ele deixou a cidade sem lutar. O membro executivo do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), Murat Karayilan, explicou “o IS evacuou a área entre Jarablus e Azaz, então o que está acontecendo agora é uma troca, não uma operação militar”; o IS e o governo turco fizeram um acordo.

Moradores relataram que soldados do IS viajaram de Jarablus pela fronteira para a Turquia vestindo uniformes do FSA. Como colocado por Hisyar Özsoy, MP do predominantemente curdo, Partido Democrático dos Povos (HDP) na Turquia, “Esta não é uma operação para resgatar a cidade de Jarablus do IS… Esta é uma operação para resgatar o IS das forças curdas, que na semana passada libertaram a cidade de Manbij e derrotaram o IS.” Sob a pretensa luta contra o IS, a Turquia tem aumentado sua guerra contra os curdos. Trevor Rayne relatou.

Até 31 de agosto, a artilharia turca já havia matado 50 civis na região sul de Jarablus. Curdos nos cantões (áreas administrativas) de Kobane e Afrin em Rojava (norte da Síria / Curdistão ocidental) foram atacados pelo exército turco e seus aliados do FSA. O primeiro-ministro da Turquia, Binali Yildirim, disse: “Nós nunca permitiremos que uma entidade curda se forme em nossa fronteira sul. Vemos isso como uma ameaça à nossa segurança nacional.” As autoridades norte-americanas pediram ao Estado turco para agir com moderação, mas o presidente da Turquia, Erdogan, disse: “Nós vamos continuar [as operações na Síria] até erradicarmos o PYD. Estamos apoiando o FSA em todos os sentidos.” O vice-chanceler da Kobane, Idris Nissan, advertiu: “[Os curdos] consideram que esta é uma agressão óbvia. A Turquia vai sofrer uma série de prejuízos e, embora tenha sido a única a decidir vir para a Síria, não será a única que vai decidir quando vai sair. “

Após a fracassada tentativa de golpe em 15 de Julho de 2015 (ver FRFI 252 Agosto/Setembro 2016), ministros e oficiais do governo turco realizaram uma série de reuniões com representantes dos governos russos, iranianos, sírios, israelenses e norte-americanos. A Turquia preparou o terreno diplomático antes de lançar seu plano de invasão de longa data. É provável que a Rússia tenha informado o governo sírio antes da invasão ocorrer. Masoud Barzani, presidente do Governo Regional do Curdistão (KRG) no Iraque, esteve na Turquia pouco antes da invasão. A KRG tem laços econômicos estreitos com a Turquia e em conjunto com o governo turco impõe um bloqueio à Rojava. O vice-presidente dos EUA, Joe Biden, estava na Turquia quando a invasão estava em andamento.

Os Estados turco, sírio, iraniano e iraquiano foram formados após a Primeira Guerra Mundial, em parte, com base na supressão dos direitos curdos. Nos últimos anos, a luta curda adquiriu força e agora é vista como uma ameaça por todos os quatro Estados do Oriente Médio e, consequentemente, pelos poderes que apoiam esses Estados. Ao mesmo tempo, os curdos tem provado serem os lutadores mais eficazes em solo contra o IS e receberam o apoio dos EUA pelo ar. Para os EUA, a intenção deve ser a de restringir a luta curda para servir a fins imperialistas.

Com a guerra civil síria a partir de 2011, os curdos aproveitaram a oportunidade para declarar autonomia para Rojava em 2012. Eles não ficaram ao lado do governo Ba’ath nem dos imperialistas que procuram derrubá-lo. Eles desenvolveram o seu movimento como uma alternativa para ambos: o caminho da revolução democrática (veja FRFI 237 Fevereiro / Março de 2014). O governo turco reagiu exigindo uma “zona segura”, supostamente para refugiados sírios, e uma zona de exclusão aérea no norte da Síria, na fronteira com a Turquia. Ambas iriam aumentar a influência da Turquia na Síria e desafiar a autônoma Rojava dos curdos. A Turquia também declarou o rio Eufrates como sendo uma “linha vermelha” que as forças curdas não devem cruzar. Quando os curdos defenderam com sucesso Kobane e expulsaram o IS em janeiro de 2015, o governo turco preparou-se para a guerra contra os curdos na Turquia e na Síria. Em junho de 2015, forças lideradas pelos curdos libertaram com sucesso Tal Abyad na Síria da ocupação pelo IS. Tal Abyad era um canal de passagem de suprimentos e recrutas das organizações jihadistas da Turquia para a Síria. Em março 2016, curdos de Rojava propuseram um sistema político federal em Síria, que iria conceder autonomia aos curdos e outros grupos étnicos. Em 12 de agosto de 2016, as Forças Democráticas Sírias (SDF), em que o YPG (Unidade de Proteção dos Povos)/YPJ (Unidade de Proteção das Mulheres) são predominantes, libertaram Manbij após as forças do IS resistirem durante 75 dias. Manbij fica a oeste do Eufrates. A SDF se dirigia para Jarablus. Os curdos foram consolidando ganhos militares e políticos; o Estado turco decidiu agir.

Parece ter havido coordenação turca com o governo sírio. Em 18 de agosto, a Força Aérea síria atacou o YPG/YPJ na província de Hasakah no nordeste da Síria, matando vários civis. Este foi o primeiro ataque da Força Aérea síria aos curdos em cinco anos de guerra civil. Uma batalha se seguiu, na qual 77 forças do governo sírio e paramilitares foram mortos e 170 capturados vivos. 14 combatentes do YPG/YPJ também foram mortos. Os EUA advertiram a Força Aérea síria para não atacar.

Em 20 de agosto 2016, um casamento em Gaziantep no sudeste da Turquia foi atacado por um homem-bomba e 53 pessoas foram mortas, cerca de metade delas eram crianças. O HDP disse que era o último de uma série de ataques contra seus membros. O governo turco usou o massacre para justificar a sua invasão da Síria.

EUA definem o papel para os curdos.

Os EUA valorizam o comprometimento dos curdos contra o IS, mas querem apoiar a Turquia. Isto pode conduzir a posições aparentemente contraditórias. Chegando em Ancara, capital da Turquia, em 24 de agosto, logo após a invasão turca ter começado, o vice-presidente americano disse: “Sem corredor, ponto. Sem separação da entidade [curda] na fronteira com a Turquia… Eles [guerrilheiros curdos] devem voltar para o outro lado do [Eufrates]. Eles não podem, e não irão, receber apoio norte-americano se não o fizerem.” Uma semana depois, o chefe do Comando Central dos EUA, o general Joseph Votel, disse que o apoio dos EUA aos curdos permaneceria enquanto eles lutassem contra o IS. Ele disse que o SDF não era apenas formado por curdos, mas inclui árabes, turcomanos e outros que “realmente estão provando ser a força mais capaz contra o IS nessa parte do teatro de operações”. Ele acrescentou que “Os curdos, na sua maior parte, os curdos que fazem parte da SDF, estão no lado leste do rio Eufrates no momento. Eles tem mantido seu compromisso conosco.”Advertindo a Turquia, Votel disse: “Quando eles [turcos] começaram a focar em outra coisa que não o IS, então, eu acho que nós tivemos de retirar nosso apoio para isso.” Se a Turquia se concentra no IS, os EUA os apoiam.

Um enviado presidencial especial dos EUA para a Coalizão Global para Conter o IS, Brett McGurk, visitou oficiais do SDF e do YPG/YPJ em Kobane em 5 de setembro. McGurk supostamente assegurou-lhes que os EUA vão continuar a apoiar as Forças Democráticas em solo contra o IS. Anteriormente, ele visitou autoridades turcas em Ancara e avaliou os ataques da Turquia à Rojava. Para os curdos, a suspeita de traição pelos EUA é uma experiência familiar. Eles não podem permitir-se limitar sua luta para servir como soldados leais ao imperialismo norte-americano no Oriente Médio.

Quanto tempo a Turquia vai ficar na Síria?

Após a invasão inicial, a Turquia adicionou quadros aos seus tanques e soldados na Síria. Desde 2011, o Estado turco tem apelado para a derrubada do governo ba’athista na Síria e remoção do presidente Assad. Nas últimas semanas, a Turquia tem modificado essas demandas e agora sugere que Assad poderia desempenhar um papel de transição no estabelecimento de um novo governo sírio. A prioridade da Turquia é limitar e enfraquecer os curdos e para isso precisa de mais influência na Síria e do apoio dos EUA e da Rússia. A proposta turca de uma zona segura e uma zona de exclusão aérea, se implementadas, impedirão os curdos de unir os três cantões de Rojava. Iria requerer o estacionamento das forças turcas e seus aliados da milícia em posições aonde possam atacar Rojava e os curdos. Aliados da Turquia fazem parte de, ou estão conectados ao jihadista Jabhat Al Nusra e ao IS. YPG/YPJ reportaram no registro de agosto 17 ataques do exército turco em Rojava, incluindo um ataque aéreo. Em 2 de setembro, o exército turco atacou pessoas que protestavam contra a construção pela Turquia de um muro ao longo da fronteira de Kobane e da Turquia, ferindo 80 civis. Três pessoas foram mortas. Em 5 de setembro, forças turcas atacaram um posto curdo Unidade de Proteção do Povo (YPG) em Rojava. O YPG revidou e matou um soldado turco; o primeiro soldado turco a morrer nas mãos do YPG. Nos seguintes dias, as forças turcas atacaram aldeias curdas fora da cidade Kobane com artilharia pesada e mataram um combatente do YPG. Os curdos tem o direito de auto-defesa. As perspectivas para a escalada dos conflitos são ameaçadoramente altas. Kobane está sendo colocado sob cerco.

Estrategistas dos EUA para o Oriente Médio podem aprovar um plano para dividir a Síria. Em 2012, o vice-ministro das Relações Exteriores de Israel, Danny Ayalon, previu a “fragmentação da Síria em províncias… a formação de um distrito Alawite na região costeira… uma província sunita… e uma província curda no norte da Síria.” No entanto, uma região curda liderada pelo PYD e pelo YPG/YPJ não seria aceitável porque seria democrática, contra o patriarcado e o sectarismo, e seria estabelecer um modelo de autonomia e de governo socialista que desafia as classes dominantes em todos os quatro Estados nos quais os curdos foram divididos após a Primeira Guerra Mundial. Um movimento curdo sírio subordinado, semelhante ao KRG de Barzani, seria aceitável para os Estados locais e o imperialismo.

A guerrilha curda na Turquia continua a sofrer uma escalada de mortes na sua luta contra o exército e a polícia da Turquia. A Associação Diyarbakir de Direitos Humanos informou que 1.552 pessoas, incluindo soldados e policiais, militantes e civis foram mortos em áreas curdas da Turquia no ano após 24 de julho de 2015. Zonas de segurança especiais foram declaradas 87 vezes e toques de recolher foram declarado em 35 distritos. 7.884 pessoas, incluindo 275 crianças, foram levados sob custódia. Tortura e punições coletivas, incluindo a destruição de vilarejos, são comuns. Selahattin Demirtas, co-presidente do HDP, enfrenta acusação de promover “propaganda terrorista” e pode ser preso por cinco anos se for condenado. Ozgur Gundem, o maior jornal curdo da Turquia, foi fechado pelo Estado. Em 5 de setembro de 2016, após não receberem nenhuma noticia do líder preso do PKK, Abdullah Ocalan, desde 05 de abril de 2015, 50 políticos curdos, incluindo deputados, iniciaram uma greve de fome por tempo indeterminado e irreversível em Diyarbakir até que se receba notícias dele. Se o Estado turco não responder à demanda, um vulcão político vai entrar em erupção.

O presidente Erdogan e o Governo turco podem ter cometido um grande erro ao marchar para a Síria. Já ferido e enfraquecido pela tentativa de golpe em 15 de julho, o Estado turco está abrindo novas frentes contra o que está se transformando em uma guerra popular que pode cercá-lo e afundá-lo.

Fonte: Jornal Kurdish Question

Tradução: Coletivo Libertário de Apoio à Rojava – CLAR