Apoio Rojava

Qamishli – O exército turco atacou sedes de segurança das forças curdas da Unidades de Proteção dos Povos (YPG) em Kobane, norte da Síria, reportaram fontes militares na segunda-feira.

“Militares da Turquia, estacionados na fronteira com a Síria, bombardearam um centro de segurança das nossas forças na aldeia de Kor Eli, oeste de Kobane”, disse um porta-voz do YPG ao ARA News em Kobane.

O oficial de mídia do YPG relatou que vários projéteis de artilharia “disparados a partir do lado turco da fronteira” atingiram sua instalação de segurança em Kor Eli. Não ficou imediatamente claro quantas vítimas foram feitas no ataque.

Além disso, o exército turco já havia bombardeado aldeias curdas de Boban, Zilara e Ashme no território de Kobane mais cedo no domingo. Diversos civis foram feridos na ofensiva.

Isto coincidiu com confrontos entre as forças curdas do YPG e os soldados do Estado Islâmico (ISIS) nos arredores da cidade de Shuyukh no território de Kobane.

“Um grande número de soldados do ISIS tentaram se infiltrar na cidade de Shuyukh quando os confrontos eclodiram. Nossas forças [YPG] foram capazes de repelir o ataque”, disse o oficial do YPG, Habun Osman, ao ARA News por telefone.

“A ofensiva turca contra as nossas forças no norte da Síria é uma aparente tentativa do governo de Erdogan de apoiar grupos terroristas”, disse ele.

“A Turquia está disposta a apoiar quaisquer grupos terroristas contra os curdos. Eles preferem ter o ISIS e a Al-Qaeda no controle da fronteira do que as forças curdas”, disse o oficial do YPG.

O exército turco havia lançado anteriormente mais de 20 ataques às posições curdas no norte da Síria, especialmente perto da província de Raqqa, para a qual os curdos levaram soldados do Estado Islâmico (ISIS) de áreas estratégicas da fronteira, como o cruzamento de Tel Abyad.

Reportagem de: Ahmed Shiwesh

Fonte: ARA News

Tradução: CLAR

Para a imprensa e a opinião pública

25/06/2016 DECLARAÇÃO #1

Aleatoriamente bombardeado pelos militares turcos, fortemente atacado pelo Daesh.

Kobane, 25 de Junho.

Kobane, Rojava (25 de Junho de 2016) – o exército turco continua a realizar as suas agressões contra Rojava, território no norte da Síria.
Em 24 de junho, descarregando armamento pesado, forças militares turcas atingiram as posições das Unidades de Proteção dos Povos (YPG) perto da aldeia de Koreli, em Kobane ocidental. Simultaneamente, ao redor da aldeia de Boban, as forças turcas indiscriminadamente dispararam contra a população civil na porção ocidental de Kobane.
Vindos do sul de Jarabulus, um grupo de terroristas do Daesh na manhã de 24 de junho tentou um ataque contra a cidade de Shiukh (Sheikhler) no sudoeste de Kobane. O grupo tentou se infiltrar em partes já asseguradas das margens orientais do rio Eufrates, foram confrontados e forçados pelo YPG a se retirarem após essa tentativa.
People’s Defense Units Ypg Press Office | 25 de junho de 2016

Tradução: CLAR

10 toneladas de remédios e 7 toneladas de comida foram enviados de Silêmanî, Curdistão do sul, para Kobane.

No dia 28, o exército turco abriu novamente fogo contra civis refugiados 35km a leste de GirêSpî. Reportadas seis pessoas atingidas, incluindo mulheres e crianças.

Manbij – as Forças Democráticas Sírias (SDF) tem avançado ainda mais em Manbij no 25º dia da operação. O Estado Islâmico (ISIS) tem respondido às perdas fazendo mais de 1.000 civis como reféns. Os curdos temem agora que o ISIS possa executá-los como vingança por suas perdas.

Subsequente a fortes confrontos com soldados do ISIS, as Forças Democráticas Sírias (SDF) capturaram a rotatória Sharia em Manbij na província de Aleppo, ao norte da Síria. O SDF também expulsaram jihadistas do ISIS dos silos de grãos de Manbij e das fazendas de Akhdar ao sul da cidade, disseram fontes militares ao ARA News.

Entretanto, jihadistas do ISIS já atacaram civis de Manbij com snipers e com o uso de armamento pesado, quando eles tentaram fugir para as zonas controladas pelo SDF no interior de Manbij. O Observatório Sírio de Direitos Humanos confirmou a morte de um grande número de civis por tiros do ISIS em Manbij, incluindo crianças.

O Conselho Democrático Sírio pediu à comunidade internacional que responda aos ataques contra os civis curdos.

“Para evitar massacres como em Tel Aran, Tel Hasel e Sinjar, é urgentemente necessário um corredor“, disse Aysa Abdullah, a co-líder do Partido da União Democrática (PYD), em uma declaração pública.

Em julho de 2013, mais de 19 curdos foram mortos e mais de 400 desaparecidos depois de grupos islâmicos e do Exército Síria Livre (FSA) atacarem as cidades curdas de Tel Aran e Tel Hasel. Atualmente, estas duas cidades curdas estão sob controle do regime.

Além disso, em agosto de 2014, o Estado Islâmico matou mais de 5.000 Yezidis no distrito de Sinjar [Shingal] no norte do Iraque, além de ter escravizado e estuprado milhares de mulheres Yezidi. De acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU), o ISIS cometeu um genocídio contra os Yezidis.

Os curdos sírios temem agora que, em resposta às perdas, o grupo extremista do ISIS sequestre e execute curdos nas cidades de Qabasin, al-Bab e Ahras, onde muitos curdos vivem. No passado, o ISIS raptou muitos curdos de Kobane e do norte de Aleppo em resposta a sua derrota pelas forças curdas. O ISIS torturou muitos civis apenas por serem curdos, especialmente depois que o grupo perdeu a batalha em Kobane em janeiro de 2015, na qual 4.000 a 5.000 combatentes do ISIS foram mortos pelas mãos das tropas curdas do YPG.

Em agosto de 2013, o ISIS liberou dezenas de curdos em Qabasin, depois de exigirem a eles que se ‘arrependam-se perante Deus” por ter participado do partido PYD, sugerindo que qualquer curdo que ingressasse ao PYD, após cumprir a exigência, se tornaria um apóstata. Para o ISIS, qualquer um que seja membro de um partido curdo, ou um membro das forças curdas Unidade de Proteção dos Povos ou Peshmerga, é marcado como um apóstata e o ISIS pune a apostasia com a pena de morte.

Como resultado, muitos curdos foram crucificados ou decapitados pelo ISIS no Iraque e na Síria. No entanto, a inteligência curda no Curdistão iraquiano conseguiu eliminar muitos dos executores do ISIS que decapitaram combatentes Peshmerga curdos, em coordenação com as forças da coalizão. Como resultado, os executores do ISIS começaram a esconder seus rostos nos vídeos de execução.

Alguns analistas sugerem que o ISIS pode perder a cidade de Manbij este mês, depois de terem perdido mais de 70% do seu poder de combate sob os fortes ataques por parte das forças do SDF.

Reportagem de: Wladimir van Wilgenburg

Fonte: ARA News

Tradução: CLAR

QAMISHLO – partidos curdos sírios rejeitaram as declarações de Michel Kilo, um dos líderes da oposição síria, como sendo racistas e negarem a realidade curda na Síria.

Michel Kilo disse ao Madar Daily em abril que o projeto do Partido de União Democrática (PYD) curdo para o federalismo é um “projeto para dividir a Síria. Nós o recusamos, mesmo quando os EUA o apoiam.” O Observatório Sírio republicou essas declarações na última sexta-feira, irritando muitos curdos.

De acordo com Kilo, não há nenhuma prova histórica para a existência de uma região do Curdistão na Síria. “Isso não é uma segunda Israel, eles não podem arrancar um Curdistão da Síria, se eles tentarem dividir a Síria, vamos derruba-los”, disse ele.

Falando ao ARA News, Bader Mustafa, um membro do Movimento Jovem Curdo (TCK), disse: “Nem Kilo nem ninguém podem parar o projeto de Rojava [região curda na Síria].”

“Algumas declarações racistas da oposição não vão mudar a realidade. O projeto de Rojava é agora apoiado internacionalmente e mais de cinco países poderosos tem conselheiros em Rojava nesse momento”, disse ele sobre as forças especiais ocidentais que assistem as Forças Democráticas da Síria (SDF) para derrotar o ISIS entre Manbij e o norte de Raqqa.

Idris Nasan, analista curdo e oficial reformado senior na administração de Kobanî, disse ao ARA News que os curdos não querem dividir a Síria.

“Esta não é a primeira vez que as pessoas como Kilo atacam o federalismo curdo, eles perderam a confiança dos sírios e são impotentes”, disse ele. “Os curdos não estão buscando um Estado ou dividir a Síria, mas eles vão lutar e resistir por liberdade e igualdade na sociedade. Os curdos não estão ocupando territórios, estão libertando suas cidades e aldeias ao lado dos outros componentes da Síria [em cooperação com outros grupos étnicos da Síria].”

Kamal Sido, um consultor da Sociedade dos Povos Ameaçados (STP), em Göttingen, na Alemanha, que recentemente publicou um relatório sobre os curdos na Síria, disse ao ARA News que a maioria da sociedade curda na Síria rejeita as declarações de Kilo. “Eu acho que ele disse isso para agradar ao governo turco, a maioria dos curdos é contra esta declaração de Michel Kilo”, acrescentou.

Até mesmo o Conselho Nacional Curdo (KNC), que faz parte da delegação da oposição síria em Genebra, rejeitou as declarações de Kilo.

“Parece que o sr. Kilo quer satisfazer o sr. Erdogan e os líderes turcos”, disse Majdal Delli, um membro do partido Unidade Curda, filiado ao KNC [também conhecido como Yekiti, em curdo]. O líder do Yekiti, Ibrahim Biro, é atualmente o líder da KNC.

“Sr. Kilo recusa outros [direitos das minorias], especialmente para os curdos, e esta não é a primeira vez que ele ataca o povo curdo”, disse Delli ao ARA News.

“Por muitos anos, ele escreveu em declarações que os curdos na Síria são como Israel, e ele descreveu os curdos como inimigos dos árabes. Suas novas declarações não me surpreendem”, acrescentou.

No entanto, Delli acrescentou que há ainda muitos amigos dos curdos dentro da oposição síria.

Reportagem de: Wladimir van Wilgenburg

Fonte: ARA News

Tradução: CLAR

Mais um mártir curdo no fronte de Manbij. Ele lutou na batalha por Kobane anteriormente.

#‎StopYazidiGenocide‬

Duhok – Após a retirada do grupo extremista Estado Islâmico (ISIS) de grandes partes da cidade de Fallujah, as forças iraquianas anunciaram a libertação de centenas de Yezidi curdos que haviam sido levados pelo ISIS como reféns há dois anos.

Ativistas confirmam a libertação de 354 meninas Yezidi da prisão do ISIS em Fallujah.

“As meninas libertadas tinham sido tomadas como escravas sexuais pelos jihadistas do ISIS”, disse o ativista Yezidi de direitos humanos, Kelesh Shingali, ao ARA News. “Elas estão agora sob a proteção das forças do governo e elas vão em breve ser transferidas para a região do Curdistão”.

A libertação dessas meninas foi uma grande realização, especialmente depois que sofreram práticas brutais e abuso sexual por bárbaros do ISIS”, disse ele.

“Toda a comunidade Yezidi está feliz pela liberdade daquelas meninas e estamos ansiosos pela libertação do resto das mulheres Yezidi sequestradas pelo ISIS”, disse Shingali ao ARA News.

Em agosto de 2014, os extremistas do ISIS tomaram a região Yezidi de Shingle (Sinjar) no norte do Iraque, causando um deslocamento em massa de cerca de 400.000 pessoas para Duhok e Erbil, no Curdistão iraquiano. Dezenas de milhares de Yezidis permaneceram presos no Monte Sinjar, sofrendo assassinatos em massa, sequestros e estupros, de acordo com fontes locais e militares. Além disso, mais de 3000 meninas Yezidi foram tomadas pelo grupo radical como escravas sexuais.

Em 13 de Novembro, as forças Peshmerga, curdos no Curdistão iraquiano, apoiados pela cobertura aérea das forças de coalizão lideradas pelos Estados Unidos, anunciou a liberação de todo o distrito Yezidi de Shingal na província iraquiana de Nínive após duras batalhas com extremistas do ISIS. As forças curdas descobriram recentemente mais de cinco valas comuns na região Yezidi, onde centenas de civis Yezidi foram sumariamente executados e enterrados por jihadistas do ISIS. No entanto, milhares de mulheres Yezidi permanecem em cativeiro pelo ISIS depois de terem sido vendidas como escravas sexuais em todo o território do grupo no Iraque e na Síria.

A Human Rights Watch apelou ao ISIS para liberar urgentemente as mulheres e meninas Yezidi raptadas desde 2014. “Quanto mais tempo elas são detidos pelo ISIS, mais terrível se torna a vida para as mulheres Yezidi, compradas e vendidas, brutalmente estupradas, seus filhos arrancados delas”, disse Skye Wheeler, pesquisador de direitos das mulheres em emergências do Human Rights Watch.

“Muitos dos abusos, incluindo tortura, escravidão sexual e detenção arbitrária, seriam crimes de guerra se cometidos no contexto do conflito armado, ou crimes contra a humanidade se fossem parte da política do ISIS durante um ataque sistemático ou generalizado à população civil “, disse a HRW. “Os abusos contra as mulheres e meninas Yezidi documentados pela Human Rights Watch, incluindo a prática de sequestrar mulheres e meninas e forçosamente convertê-los ao Islã e/ou força-las a casar com os membros do ISIS, pode ser parte de um genocídio contra os Yezidis.”

Reportagem de: Ali Issa

Fonte: ARA News

Tradução: CLAR

Pai curdo combatente do YPG enterra sua filha, uma combatente do YPJ mártir no fronte de Manbij.