CURDOS SÍRIOS EXIGEM RECONHECIMENTO DO PROTEJO FEDERALISTA DE ROJAVA COMO CONDIÇÃO PARA LUTAR POR RAQQA
Curdos sírios estão prontos para participar da batalha iminente pela Cidade de Raqqa sob a condição de que a coalizão liderada pelos Estados Unidos reconheça o seu projeto federalista em Rojava e arme sem intermediários as Unidades de Proteção dos Povos (YPG), disseram autoridades.
A coalizão liderada pelos Estados Unidos está planejando uma nova ofensiva destinada a libertar Raqqa – a capital de fato do Estado Islâmico (ISIS) na Síria. Este plano é dificultado por uma quebra nas relações entre as Forças Democráticas da Síria (SDF) de liderança curda e os EUA. A causa imediata é o apoio de Washington à intervenção da Turquia.
Hanifa Hussein, um oficial sênior curdo e membro do Movimento da Sociedade Democrática (TEV-DEM), disse que os curdos estão prontos para tomar parte na operação anti-ISIS proposta.
“Mas primeiro precisamos ter certeza de que o nosso projeto federalista será aceito por Washington e membros da coalizão, que as forças YPG receberão armas diretamente e que os curdos serão oficialmente convidados às conversações de paz em Genebra”, Hanifa disse a repórteres na quarta-feira.
Jordan Matson, um voluntário americano da curda YPG, disse ao ARA News que ao dobrar-se às exigências de Erdogan, a administração de Obama tinha efetivamente parado a guerra contra o ISIS. Jordan argumentou que uma trégua era iminente, uma vez que a liderança curda do SDF não iria comprometer-se a uma operação em Raqqa sem cortar as linhas de abastecimento do ISIS entre a Síria e a Turquia.
“Pela sua inação, você salvou Raqqa possivelmente pelos próximos anos como ninguém mais faria“, disse ele.
A fim de ganhar apoio curdo, o governo dos EUA está agora pensando em armar diretamente a liderança curda do SDF, mesmo com forte oposição da Turquia. A Turquia está fazendo lobby para minar o apoio aos curdos no exterior e o presidente Erdogan disse na quinta-feira que ele tem reservas sobre os planos norte-americanos.
De acordo com Hanifa do TEV-DEM, a coalizão liderada pelos Estados Unidos “apoiou tribos árabes em Deir ez-Zor com braços ‘que valem milhões de dólares’, e, no final, tudo acabou nas mãos do ISIS,” em uma aparente referência ao Novo Exército Sírio (NSA) apoiado pelo Pentágono. O NSA perdeu a batalha por Al-Bukamal no final de junho deste ano.
“A YPG é a única força que libertou grandes áreas sírias do ISIS e sacrificou mais de 4000 de seus combatentes nesta luta”, disse Hussein.
Reportagem de: Wladimir van Wilgenburg
Fonte: ARA Notícias
Tradução: CLAR