Turquia demite 21.000 professores e manda suspender todos os reitores das universidades na repressão pós-golpe

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A repressão pós-golpe na Turquia tomou um sinistro rumo na terça-feira, depois que dezenas de milhares de professores foram demitidos e todos os reitores das universidades receberam a notícia de estarem suspensos.

A licença de 21.000 funcionários de escolas privadas foram revogadas, mais de 15.000 trabalhadores do Ministério da Educação foram despedidos e o mais alto conselho estatal de educação pediu a resignação de 1.577 reitores de universidades.

O expurgo é parte da dura tentativa do presidente Recep Tayyip Erdogan de extirpar apoiadores de Fethullah Gülen, o clérico vivendo nos EUA acusado de orquestrar o golpe que falhou.

Ankara diz que o recluso Sr. Gulen, que possuí enorme influência na Turquia por meio de legalistas em várias partes do Estado, além de uma rede privada de escolas, montou o plano para acabar com os 13 anos de poder de Erdogan de sua casa, na Pennsylvania.

“Sinto muito, mas essa organização terrorista paralela não será mais um peão eficiente para nenhum país.” Disse Binali Yildirim, primeiro ministro da Turquia.

“Nós iremos arrancá-los pela raiz para que, assim, nenhuma organização terrorista clandestina tenha o culhão de trair nosso abençoado povo novamente.”

Na terça-feira ele entregou aos EUA um dossiê do que ele disse que eram evidências do envolvimento do Sr. Gulen no motim, pedindo a sua extradição imediata.

A moeda turca caiu para cerca de três liras ao dólar nos relatórios das demissões dos professores.

As suspensões seguidas do expurgo de segunda-feira visaram outros ministérios e instituições estatais

Os empregados incluíram 9.000 policiais, 2.745 juízes, 8.777 do Ministério do Interior, 1.500 do Ministério das Finanças, 257 funcinários do gabinete do primeiro ministro, pelo menos 100 da Agência Nacional de Inteligência (MIT), 399 do Ministério da Família e Questões Sociais e 492 do Ministério de Assuntos Religiosos.

Oficiais assinalaram que o país irá sofrer novas alterações importantes nos próximos dias. Mevlut Cavusoglu, o ministro do exterior. Cancelou sua visita à Washington para atender ao encontro do Concelho Nacional de Segurança na quarta.

Sr. Erdogan disse que irá emitir um “importante anúncio” após a reunião.

Houve especulação de que Erdogan poderia tentar implantar um estado de emergência para tomar total controle das instituições estatais. ( O que se concretizou no tempo em que esta tradução foi feita. – CLAR)

“O foco amanhã será em como podemos lidar com a organização terrorista Gulenista de uma forma mais efetiva. O método em andamento não está funcionando. Existem algumas leis que não nos permitem lidar com isso apropriadamente e nós iremos discutir isso”, disse um conselheiro do Sr. Yildirim.

Também noticiado na Turquia de que os militares receberam informações de que elementos desonestos do exército estavam embarcando em um golpe mais de seis horas antes dos tanques saqueados tomarem as ruas e pilotos rebeldes de F-16s bombardearem edifícios chaves na capital. A demora levanta questões sobre por que ações imediatas não terem sido tomadas para interromper o plano.

As forças armadas disseram em uma declaração que as informações sobre o golpe foram dadas às 16h no horário local e informou autoridades relevantes. Isso foi várias horas antes de os edifícios em Istambul serem cortados em um dos primeiros sinais públicos que uma tomada de poder estava ocorrendo.

O exército não pareceu ter compartilhado a informação com o governo, que alegou que não sabia sobre a conspiração até que tanques estavam nas ruas.

Fonte: The Telegraph

Tradução: CLAR

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